domingo, 3 de abril de 2011

Homem

Homem.

O pó que te molda os ossos desfaz tua história, quando ao sabor do vento o tempo desfacela os belos vitrais de sua amada obra, pois há castigo maior para o ser do que saber que de nada adiantou? De que nada há para se deixar além de poeira ao vento?

Pois quando a lágrima substitui o sorriso, quando a pedra esmaga a flor, quando há luz, mas não há calor, você descobre que possui asas, mas que não pode voar, que o homem se tornou deus, mas que deus foi embora, e não vai mais voltar.

Certo de que um dia valerá à pena, lança-te ao mar revolto e busca o tesouro que jamais encontrará, busca o brilho da vida sem êxito, sem saber que somente num relance de olhar, poderá por breve presenciar.

Busca então um sentido, vaga no tempo, definha no brilhar, sendo que o que procura não passa de um som, uma palavra a sussurrar.

Uma palavra que dá sentido, que guia nosso pensar, e até que a encontremos, vamos somente sofrer a vagar. Como poeira ao vento.

Se assim for, será quando finalmente o sorriso substituirá a lágrima.

E por fim, no céu de setembro, pintaremos esboços de estrelas as quais poderemos tocar.

O sol nascerá para todos, e a flor do mais louco sonho, pelos campos brotará.

Darlan

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